Mértola
"Município fronteiriço português, pertencente ao distrito de Beja, compreendendo 9 freguesias (Alcaria Ruiva, Corte do Pinto, Espírito Santo, Mértola, São João dos Caldeireiros, São Miguel do Pinheiro, São Pedro de Solis, São Sebastião dos Carros e Santana de Cambas). Em termos demográficos, a população, em 1991, era constituída por cerca de 9800 residentes para uma área bruta de 1279 km2 e a variação da população residente entre 1960 e 1991 foi de -62%.
A economia municipal assenta na pesca, agro-pecuária, silvicultura, comércio retalhista, indústria alimentar e turismo (restauração e hotelaria), destacando-se ainda o papel da administração local e de algumas actividades de prestação de serviços sociais, privados e públicos.
Localizada a sudeste da cidade de Beja, a nordeste da vila de Alcoutim e a sudoeste da vila de Serpa, a vila de Mértola é sede de município e registava uma população de cerca de 1300 residentes em 1991.
património
Raro, valioso e objecto de grande interesse a partir da década de 80, pelas potencialidades arqueológicas que ainda se perspectivam, o património mais significativo inclui as ruínas da ponte-cais (cuja fundação é atribuída a épocas anteriores à cristandade), as ruínas da basílica paleocristã, ainda sob trabalho arqueológico (datada dos primeiros séculos da nossa era, apresenta uma rara colecção de lápides funerárias e pensa-se ter sido utilizada como necrópole por cristãos e muçulmanos), o castelo romano-árabe (datado dos finais do século XIII), a igreja de Nossa Senhora da Assunção (provavelmente, exemplar único em Portugal de uma verdadeira mesquita), os restos do que se supõe ter sido a kaaba (lugar sagrado para os islamitas), as capelas de Nossa Senhora das Neves, de Nossa Senhora das Pazes, em Vila Verde de Ficalho, e de Nossa Senhora de Aracoeli, em Alcaria Ruiva. O rio Guadiana constitui o elemento mais significativo ao nível do património natural.
história
Mértola é uma povoação muito antiga. Foi utilizada como porto fluvial do tráfego mediterrânico, pelo menos, desde o ano 1000 a.C. Aqui se fixaram fenícios, cartagineses, suevos, visigodos, romanos (altura em que surge o topónimo de Myrtilis) e árabes.
A reconquista cristã ocorreu por volta de 1238, no reinado de D. Sancho II, tendo aqui sido instalada, pouco depois, a sede da ordem de Sant'Iago de Espada.
Recebeu foral no reinado de Afonso III, do próprio monarca, segundo alguns autores, do mestre de Sant'Iago, D. Paio Peres, segundo outros, confirmado em 1287 por D. Dinis, e foral novo, manuelino, em 1512."